28/05/2018
Redução no preço e maior prazo no reajuste do diesel são pontos positivos do acordo firmado com o governo
Apesar do acordo firmado com o governo, que garantiu a redução no preço do diesel e maior prazo para os reajustes, o setor de transporte público por ônibus urbano ainda enfrenta dificuldades para normalizar o serviço diante do desabastecimento do óleo diesel.
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que participou da reunião da última quinta-feira, na Casa Civil, tem a expectativa de que a situação do abastecimento do combustível se normalize o mais rápido possível, mas entende que será necessário empenho das autoridades nos estados e municípios para priorizar o transporte público e assegurar a prestação desse serviço de natureza essencial à população. As empresas estão em contato direto com a NTU, informando os esforços empreendidos para manter os ônibus nas ruas; várias cidades já retomaram o serviço, mas muitas ainda operam com frota reduzida devido à falta de diesel.
“O transporte público segue operando com frota reduzida, isso está sacrificando toda a sociedade. Nosso desejo é que o abastecimento se normalize o mais rápido possível. A greve já cumpriu seus objetivos e o país merece voltar à normalidade; apelamos aos caminhoneiros autônomos por essa compreensão”, afirma o presidente executivo da Associação, Otávio Cunha.
Assim como os caminhoneiros, o setor de transporte público por ônibus urbano também vinha sofrendo com a política de preços da Petrobras e considera um avanço a redução no preço do diesel na refinaria, de R$ 0,46 por 60 dias, que neutraliza os reajustes no preço desse combustível nos últimos meses, bem como a periodicidade maior para as correções de preços, que passam a ser mensais, permitindo um mínimo de previsibilidade para as empresas operarem.
Para a NTU, que tem como bandeira histórica a luta por uma política de preços diferenciados para o setor, essa proposta permanece na pauta. “A NTU continuará trabalhando pela busca de um preço diferenciado do óleo diesel para o transporte público por ônibus, como vem fazendo há mais de 20 anos”, afirma Otávio Cunha. Ele destaca que o transporte público é um direito social assegurado na Constituição, assim como saúde e educação.
Segundo Otávio Cunha, o preço do diesel sempre esteve acima do preço da gasolina. “Nosso levantamento recente mostra que de 1999 a 2018 o diesel aumentou 193,07% a mais que a gasolina e 248,8% acima do IPCA (inflação). Isso é incompreensível no país em que a economia está voltada para o transporte rodoviário de cargas e passageiros”, avalia o presidente.
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