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15/10/2018

Quadrilha de assalto a ônibus usa mulher para não levantar suspeita


O Fluminense, 13/10/18. Por Pamella Souza.

Criminosos armados costumam agir nas Rodovias RJ-104 e RJ-106, além da Alameda São Boaventura

Os casos de roubos a ônibus na região de Niterói, São Gonçalo e Maricá vêm aumentando mês a mês e já ultrapassaram a marca de 1 mil neste ano, uma média de quatro assaltos por dia. Para não chamar a atenção dos motoristas na hora da parada para o embarque de passageiros, uma quadrilha está utilizando uma mulher nas ações. Somente na última terça-feira, quatro ônibus que circulavam pela Rodovia RJ-104 foram alvo deste bando, que também costuma agir na RJ-106 e na Alameda São Boaventura, no Fonseca.

A mulher, ainda não identificada pela polícia, foi flagrada pelas imagens das câmeras de segurança de um dos coletivos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a mesma jovem participou de outros crimes na semana passada, na mesma rodovia.

Na primeira semana de outubro, três assaltos foram registrados pelas câmeras internas dos coletivos. Em uma das imagens, a mulher sobe no veículo na altura do Getulinho, na Alameda São Boaventura, por volta das 21h30, acompanhada de dois homens. Eles ordenam que o motorista apague as luzes para evitar que a ação seja percebida por quem passa pela via.

A assaltante, bem-vestida, com cabelos longos e uma tatuagem nas costas, recolhe os pertences dos passageiros com a ajuda de um dos comparsas, enquanto o outro aguarda na porta, com a arma apontada para o motorista. O trio desembarca poucos metros à frente, na subida da Caixa d’Água.

No dia 29 de setembro, os mesmos dois homens, dessa vez sem a mulher, já haviam abordado outro veículo no mesmo ponto de ônibus, às 1h26 da madrugada. O desembarque também acontece no mesmo lugar: subida da Caixa d’Àgua. Esse bando participou de outro caso ocorrido na última terça-feira, por volta das 21h. Em algumas imagens, os integrantes aparecem usando o mesmo boné.

O Setrerj aponta que os assaltantes costumam embarcar e desembarcar em pontos predeterminados, com um cúmplice em um carro de escolta para facilitar a fuga, geralmente para comunidades próximas.

Além da Alameda São Boaventura, pontos da RJ-106 são escolhidos para a abordagem aos motoristas, como na altura das passarelas do Arsenal, Areal e Engenho do Roçado. Na RJ-104, os locais mais comuns de embarque são perto da garagem da Viação 1001 e na passarela de Tribobó. O sindicato ainda sinaliza que os assaltos nas proximidades do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) se tornaram mais frequentes, após um breve período de melhora.

“A situação nova é a presença de uma mulher nos assaltos, o que não acontecia antes. Mas os assaltos vêm se repetindo nos mesmos pontos das rodovias, normalmente nos mesmos horários, e muitas vezes com os mesmos assaltantes. Desde o início do ano, nosso banco de dados já registrou mais de 830 incidentes. É uma média de mais de três por dia”, apontou o superintendente do Setrerj, Márcio Barbosa.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), alguns motoristas adotaram o uso de aparelho de choque para defesa pessoal, por conta da agressividade dos assaltantes.

Dados – Neste ano, o número de casos divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Maricá já chegou a 1.086 até agosto. Isso representa um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado, quando haviam 896 ocorrências de roubo a coletivos.

Somente no mês de agosto, última estatística divulgada pelo ISP, esse aumento foi de 84%, passando de 119 casos no ano passado para 219 neste ano.

Questionado sobre um possível aumento do patrulhamento, diante do aumento de casos, o comando Batalhão de Policiamento em Rodovias (BPRV) informou que o efetivo da unidade é aplicado em ações preventivas e repressivas.

“O patrulhamento dinâmico atende ocorrências a partir de chamados da central 190 e o patrulhamento ostensivo em locais onde a mancha criminal é mais acentuada”, informou o BPRv, através de nota.

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