Mês: agosto 2020
Sest Senat e Fetranspor firmam parceria
Campanha do Agasalho 2020 SETRERJ prorrogada!
A campanha do Agasalho do Setrerj estará recebendo doações até 15 de outubro.
Sua solidariedade ganhou mais um mês para colaborar com quem precisa.
As Salas Setrerj estão abertas aguardando sua doação! Participe!
Você tem consciência das suas habilidades para se tornar um líder na área de compliance?
Por Daniele Pescadinha
Quando se fala em compliance, muito se menciona da capacidade e habilidade técnica necessária desse profissional, que pretende atuar ou aprender sobre essa área, principalmente em função da responsabilidade e exigência que esse executivo é submetido, se faz importante que o mesmo desenvolva e tenha qualidade em sua liderança.
Líderes que são conscientes e conhecem suas habilidades pessoais, conseguem e se tornam destaques no meio em que atuam, principalmente nesse momento de pandemia em que a distância humana se faz necessária em muitas empresas e os valores e o comportamento ético desses líderes, são especialmente testados em situações de crise.
Com isso, é importante a atenção dos profissionais que atuam ou pretendem atuar na área do compliance para 4 pilares: dizer a verdade, manter as promessas, ser justo e respeitar os indivíduos.
Com relação ao quarto pilar, é importante que o líder da área do compliance, entenda quais os valores intrínsecos de seus funcionários, pois isso o auxiliará na implementação do seu programa de compliance, em dar prosseguimento conforme estratégia da empresa, além do seu engajamento com todos da empresa, mas será que o líder da área do compliance tem conhecimento da sua capacidade de liderança e para retirar dos outros funcionários o que eles tem de melhor?
Por isso, é importante mencionar, que além dos valores e do comportamento ético do líder, se faz necessário ter conhecimento de algumas habilidades importantes para atuar nessa área, e isso não se traz apenas com a literatura ou com o conhecimento sobre soft skills, é importante aprender e entender sobre o que acontece no dia a dia de uma corporação, para que através do domínio dessas habilidades seus objetivos sejam alcançados.
E com isso, seguem algumas dessas habilidades exigidas do profissional da área do compliance e que serão discutidas e trabalhadas no Programa Liderança em Compliance:
• Ser ágil e flexível
É o momento em que o profissional da área do compliance consegue identificar todos os setores da empresa, e sendo ágil nessa tarefa o mesmo conseguirá apontar quais são as fragilidades e problemas do negócio, evitando desta forma que a organização venha a sofrer algum dano.
• Ser um apreciador das diferenças entre as pessoas e culturas
O profissional da área do compliance saberá identificar a personalidade única e a forma de trabalhar de cada funcionário e através dessas habilidades ter a sensibilidade no trato com as pessoas.
• Ter a capacidade de compreender as emoções
O profissional da área do compliance deverá analisar o problema em sua totalidade. Portanto antes da punição, deverá identificar a coerência e veracidade da denúncia, por exemplo o que motivou a prática por parte do funcionário para que tal conduta acontecesse, ocasionando um problema para o negócio da empresa.
• Ser um bom negociador e ter habilidades persuasivas
O profissional da área do compliance dever ser capaz de identificar setores com problemas, além de buscar uma forma compassiva de evitar ou amenizar situações de constrangimento dentro deles, o qual será prejudicial ao negócio da empresa.
• Ter a capacidade de olhar as coisas por múltiplas perspectivas
O profissional da área do compliance verifica que todo lado ruim é uma possibilidade de aprimoramento e melhora nos procedimentos internos para que não seja prejudicial ao negócio da empresa.
• Ser um bom comunicador e ouvinte
O profissional da área do compliance mantém um equilíbrio na atenção com os funcionários e a alta administração da empresa. É preciso que ele saiba ouvir as necessidades de todos e buscar uma comunicação única da empresa para o mundo exterior.
• Saber receber críticas de maneira positiva
O profissional da área do compliance compreende que os erros são inevitáveis. Portanto, trabalha de forma a superar aquilo que está errado praticando a autorresponsabilidade.
• Ter uma boa conexão com o seu público
O profissional da área do compliance deve buscar múltiplas formas de se conectar com seus terceiros, consumidores e futuros clientes além de dar atenção ao que cada um necessita de forma ideal, demonstrando muitas vezes a maneira de prestar aquele serviço, para que não seja prejudicial ao negócio da empresa.
• Dever de confiança
O profissional da área do compliance precisa ter a capacidade em criar um time forte, autoconfiante, conciso e que seja capaz de trabalhar em harmonia.
• Ser resiliente
O profissional da área do compliance persevera em busca de soluções preventivas. Assim que identifica um problema, trabalha com ele e auxilia a proteger a boa reputação da empresa.
Códigos de Conduta do Sistema Fetranspor
O Código de Conduta da Federação das Empresas de Transporte do Estado do Rio de Janeiro e o Código de Conduta da RioPar Participações S.A., em conjunto com a RioCard Tecnologia da Informação S.A., refletem o compromisso com o desenvolvimento do Programa de Integridade e Conformidade. Os normativos apresentam os valores organizacionais e um conjunto de diretrizes que devem nortear a atuação de todos que se relacionam com o Sistema Fetranspor: colaboradores, gestores, agentes de governança, fornecedores, clientes, conveniados, acionistas, sindicatos, permissionários e concessionários de transporte público.
Para realizar o download dos Códigos de Conduta é necessário, obrigatoriamente, preencher o nome e o e-mail. As informações têm o propósito de comprovar que a pessoa cadastrada tomou conhecimento e compreendeu as disposições previstas nos respectivos códigos, se comprometendo a respeitar, no desempenho de suas atividades, todos os seus termos, condições e valores organizacionais, estando sujeita às responsabilidades cabíveis advindas do descumprimento.
De acordo com a Lei nº 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e em respeito ao direito à privacidade, o Sistema Fetranspor se compromete a não divulgar e/ou fornecer as informações preenchidas para o download dos arquivos.
A gestão das pequenas empresas, compliance e o papel do contador
No Brasil, segundo dados do SEBRAE, há aproximadamente 7,4 milhões de micro empresas e empresas de pequeno porte no Brasil. Juntas elas são responsáveis por 30% do PIB e empregam em torno de 54% dos trabalhadores formais do setor privado. Os números consolidados impressionam e mostram toda a sua força e relevância na economia brasileira.
Mas a pergunta que faço é: será que a forma como elas são geridas esta alinhada às boas técnicas de gestão empresarial e compliance? Os profissionais ou mesmo os sócios que as fundam e normalmente conduzem a sua administração aplicam nas rotinas dessas empresas as boas práticas de gestão, como por exemplo controle de fluxo de caixa, controle de estoques, gestão de custos entre outras?
Essa é uma questão de relevância, já que em crises como a que estamos vivendo mostram muitas vezes fragilidades nesses negócios que poderiam ser minimizadas se fossem adotadas boas práticas de gestão. Mesmo num país onde a carga tributária e a burocracia representam um desafio para os negócios, é possível a previsibilidade de cenários desafiadores e consequentemente a adoção de medidas que amenizem os seus efeitos.
A adoção de um programa de compliance e de politicas e controles internos efetivos poderia também auxiliar substancialmente as companhias a “fecharem a torneira”, pois permitem uma melhor gestão dos processos internos, garantem a existência e cumprimento dos fluxos de aprovações e ajudam a evitar fraudes. É comum pensar que um programa de compliance se resume a apenas evitar a corrupção, mas vai muito além disso.
Nesse contexto chamo a atenção para os profissionais de contabilidade que são aqueles mais próximos da gestão dessas empresas. Esses profissionais possuem a expertise necessária para entregarem muito além das obrigações das empresas com os órgãos de governo. Eles podem prover o empresário de dados e informações que lhes darão uma dimensão exata dos riscos e da saúde de seu negócio, do resultado econômico de sua atividade, podem traçar cenários futuros, indicar onde alocar investimentos, dar suporte inclusive em matéria operacional, já que possuem dados, por exemplo, de custos das operações.
É preciso que o empresário e o contador interajam para além da burocracia, cabendo ao contador o papel de fomentar seus clientes de análises, indicadores, informações relevantes do negócio e do cenário em que eles estão inseridos. Aliás, a criação de medidores de desempenho é uma outra atividade fundamental dentro da criação de um programa de compliance, pois ajudam a companhia não apenas a evidenciar a existência deste programa, mas a monitorar a sua eficácia.
Ao contador inclusive, cabe o papel de ensinar ao empreendedor a postura que devem manter à frente do seu negócio, ensinando-lhe, quando necessário como agir frete às demandas de suas empresas. Acredito que uma atuação com este enfoque melhorará a gestão das pequenas e médias empresas e isso refletirá positivamente nos resultados que elas entregarão aos seus sócios e também à sociedade, esta última, por meio do enfoque na entrega de um bom produto/serviço.
Há um universo interessante para ser explorado na gestão das pequenas empresas e aqueles profissionais que direcionarem a sua atuação neste cenário encontrarão boas oportunidade de agregarem valor aos seus serviços e contribuirão de forma bastante relevante para ajudar a transformar a gestão dos pequenos negócios no Brasil. Essa é uma questão muito relevante no Brasil e precisa de muita atenção.
Daniel Sibille é Diretor de Compliance LATAM da Oracle. Co-autor dos Livros “Compliance, A nova regra do jogo”, “The guide to corporate crisis management” e do e-book “Os pilares do programa de Compliance”.
Odeilton de Jesus Mota é Contador Especialista em Perícia Contábil Judicial e Finanças Corporativas e Pessoal.
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